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quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Um pequeno e anônimo cemitério com uma pilha imensa de pedras.

A coisa mais difícil da vida é se obrigar a esquecer um amor que não te faz bem.
É como se fosse necessário arrancar seu coração, pro sangue continuar pulsando.
É incoerente e cruel escolher entre amar ou viver. Sairá destruído em qualquer uma das opções.
Após o rompimento você começa a reunir os cacos que sobraram, e a reconstrução é longa e dolorosa.Um admirável mundo de novas oportunidades começa surgir na sua porta, mas pra vc tudo não passa de uma miragem no meio do deserto. Pra reconstruir todos os cacos que sobraram, é preciso tirar uma força descomunal. É como largar um vício. É combater um inimigo que no fundo você só queria abraçar e beijar. E esse sentimento ambíguo é desesperador. Sendo necessário desenvolver um lado racional rígido e diário pra enfrentar a abstinência. Tem que cortar o sal e o açúcar das palavras, tem que desviar das lembranças, se virar com a ansiedade, acordar e fingir que não sonhou com nada, tem que enganar a saudade, trocar o caminho, mudar de casa,  tem que evitar várias músicas e qualquer tipo de dança. Tem que fazer o cérebro entender que tudo foi uma ilusão dele mesmo. E montar na memória um pequeno e anônimo cemitério com uma pilha imensa de pedras.