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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Então é assim.

Essa vida, danada de deixar gente perplexa, muda e te ensina, quando se menos espera.
A menina vai seguindo um caminho, achando que tá tudo sobre controle, que entre um vacilo ou outro, sempre reina a mais pura racionalidade. E de repente! Pá! Caiu no chão. Tropeçaste no próprio ego, que deixou desamarrado, sem querer (querendo). E o seu coração, que antes jurava de “pé junto” não mais a decepcionar, ri sem graça nenhuma, do seu desespero:
-Iludiu-se novamente. Parabéns!
Lá vai ela! - gritam os espertos, cheios de rancor por dentro.
Saiu com uma perna só, sem equilíbrio, as pessoas lançavam olhares discretos. Leve curtição masoquista.
Dia seguinte, tudo normal. Um pouco de ressaca. A demanda era extrema. Resolveu então deitar na praça. Acabou esquecendo por lá metade dos problemas, e talvez todas as soluções. O dia tava quente demais. Mas não doía-lhe a cabeça. Só sussurravam.
-Dessa vez sou eu que estou passando dos limites – falou sem querer alto na rua. Um senhor passou e a olhou esquisito.
Fingiu que nem era com ela. Ia fingir tudo de agora em diante.
Pensou.

Daniela Machado