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terça-feira, 10 de julho de 2012

sem métrica

Está uma terça-feira escura e chuvosa. Parei de ouvir os devaneios filosóficos de Sartre porque é forte demais, tem que ser digerido aos poucos. Enquanto isso fico aqui esperando a dor de cotovelo passar.
Releio e penso os velhos textos. Noto nítida evolução da letra- coisa de momento. Tem horas que realmente dá a impressão de fechamento, impermeabilidade, fica drástico. Devo me sentir melhor assim. E valorizar pequenas coisas. Mas fica tudo só na teoria. Preciso mesmo é abandonar a métrica de uma vez por todas. Fico com medo das coisas, assim que acabo de colocá-las no papel. Minhas palavras, não sei pra onde vão. Estrangulo fantasias onipotentes. Pra variar penso em melodias e notas avulsas, aí caio na métrica de novo. Saco!
 Cultivo boatos.
 Não sei o que fazer exatamente, mas sei que não é bem por aí, como faço. A vontade é de voar com as idéias inoperantes só que sempre chega num ponto que me compromete. É palpitação demais. (não palpitações do coração. palpites mesmo. Alheios)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Recado ausente

Faz  sentir um pensamento eloquente
a raiz imaculada
e não mais que de repente
ouço pétalas a dançar
no espaço
da quentura do tambor que arde
da imensidão da efêmera tarde
que para sempre em mim
permanecerá
atravessa o vazio
da imensidão  da escuridão
solidão de rio
que de tão densa cega o olhar
e passo então a enxergar a alma
dentro e fora o que te acalma
sinto no peito a ânsia de amar


domingo, 8 de julho de 2012

Fases da lua

A lua aguça meus sentidos
como os recados desconhecidos
despertam a imaginação

Escondo minha face
temo sair da escuridão

Talvez um dia eu entregue o jogo
ou apenas diga que não

E começo tudo de novo
em outro canto
sem querer olhar pra trás
e sem saber que horas são




Alguma coisa dentro de mim morre um pouco todos os dias.







terça-feira, 3 de julho de 2012

Até os pés saem do chão

Grito sombras em minha alma
quieta solidez que em minha face acalma
um suspiro
um olhar
tranco a porta do vazio
sinto o frio escorrer pela madrugada
a madrugada deveras inacabada
canto o vento e
em um instante
tudo voa em volta de mim
até os pés
saem do chão.

Das eternas mutações

É preciso atravessar a grande água
disseram 3 moedas sortidas à mão
qualquer vacilo meu,
seu sacrifício.
Que deixarei prosseguir
diante do grande vão.
O universo do verso da noite
de autor desconhecido
Guardo em mim os fatos ocorridos
e o medo da desilusão.
Porque conhecido mesmo é
o livro das mutações.
Com todas suas denotações
e dores
de antigas paixões.