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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

por um triz

O homem sem razão
atravessa a avenida na contra-mão
O carro passa,
O ônibus voa,
a bicicleta toma susto, e xinga àtoa
o homem da sorte grande
leva a vida por um triz

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

De mal com a lua

"Lá vem a lua cheia de soberba
brilhando
sem a menor consideração,
disperdiçando minhas noites
fúteis
sem querer saber que horas são"
 

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

ao amor, tão somente

Escreverei portanto o amor
no sentido belo e sem dor
aquele que nasce novo
na velha bossa
e desabrocha
como uma flor
Ah! o amor
regarei tuas folhas
todas as manhãs
te alimentarei do mais puro pão
e o frescor do hortelã
encurtarei as distâncias
prolongarei o tempo
farei-te ceder a qualquer momento
para então, ao final
continuar atento,
vigiar teu sono
e te cobrir de lã.

a esquina do carro que bateu

Hoje amanheci em silêncio
sem querer fazer alarde
Alto mesmo foi o alarme
do carro que logo cedo bateu
em frente à minha porta.
Deixou a esquina toda torta
e o poste caído no chão.
Devia estar na contra-mão

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Deve ter a ver com o sentido gozado

Sinto um desejo urgente
intenso
absorvente
em cada palavra escrita,
a vontade inibida
e o sentido gozado das coisas que
desmancham no ar.
Preciso correr senão nunca irei chegar
a vontade não espera
atropela.
nos passos escuros,
na tristeza da manhã
e no frio.
Espio nas frestas, um mundo vazio
uso o silêncio pra comunicar

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Do azul de Sylvia Plath

Preciso me preparar pra enfrentar o início da primavera.
Parar de ficar voando em volta de mim mesma.
Tem vez que a minha ansiedade devora o mundo, só com os olhos. E é tão voraz,
que comer mesmo, que é bom, eu esqueço.
Estou acesa e azul brilhante, vejo no espelho.
Este azul insubstancial da Ariel da Silva Plath, que me consome todo sono da madrugada.
Queria mesmo fazer um samba,
mas não sái nada.
O amor, devo ter deixado em algum canto guardado.
Um dia eu acho.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

só para ouvir o som dos dedos no teclado

Bati depressinha um poema pra um amigo hoje à noite. Rolou inspiração espontânea aliada à necessidade dos dedos que me traíam. Passou um pouco a ansiedade que me rangia os dentes no meio da tarde. E parei de inventar doença por enquanto. Aventei hipóteses (ai meus dedos inábeis...) Psicossomatismos para explicar e lidar com o stress dos outros, que sempre caem sob os meus ombros (Ai!) essa doencinha irritante. Mas por outro lado passo por cima dos conflitos, com olhar de desdém. Mas ainda fico dividida entre a dor, a ressaca, e uma saudadezinha aguda, coisa fina e ao mesmo tempo bruta.


O poema pro meu amigo:

Deixo correr às sombras, os padrões
enquanto me escondo sob os campos ensolarados
dos antigos sertões
queria eu ser Tão
quem dera eu
ser